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PARÓDIA ROMÂNTICA


Passa Quatro

          José de Alencar, era filho de uma família pernambucana, descendente de portugueses.  José de Alencar foi um escritor nascido no Ceará, terra que amava e que lhe fascinava.  Ele nos deixou um acervo de várias obras literárias, tais como:  O Guarani,  Lucíola,  O Tronco do Ipê,  |Ubirajara,  Iracema, e muitas outras.


          Nos meus tempos escolares, eu gostava de ler o seu romance (obra de ficção), Iracema, uma estória que se passa hipoteticamente num cenário dos verdes mares, das praias do Ceará.  Li esse romance uma 3 ou 4 vezes, e até hoje guardo um exemplar desse livro.  E assim como José de Alencar me influenciou, eu tomo a liberdade de parodiar a introdução da sua obra romântica "Iracema", porém reportando-me às características marcantes da minha cidade mineira de Passa Quatro, berço da minha educação e dos meus estudos. - Vamos pois, ao trabalho:

VERDES MARES BRAVIOS DE MINHA TERRA NATAL ONDE CANTA A JANDAIA NAS FRONTES DA CARNAUBA.
Saudosas terras altas da Mantiqueira, onde fica a cidade de Passa Quatro, e os queridos amigos que aí eu deixei.

VERDES MARES, QUE BRILHAIS COMO LÍQUIDA ESMERALDA AOS RAIOS DO SOL NASCENTE, PERLONGANDO AS ALVAS PRAIAS ENSOMBRADAS DE COQUEIROS.
Saudosas terras, onde florescem os ipês na primavera, dourados como o sol em frondosas árvores que enfeitam a deslumbrante paisagem.

SERENAI, VERDES MARES, E ALISAI DOCEMENTE A VAGA IMPETUOSA, PARA QUE O BARCO AVENTUREIRO MANSO RESVALE À FLOR DAS ÁGUAS.
Saudosas terras, onde o verão é ameno, um convite aos veranistas que apreciam desfrutar da brisa suave e da hospitalidade de um povo acolhedor.

ONDE VAI A AFOUTA JANGADA, QUE DEIXA RÁPIDA A COSTA CEARENSE ABERTA AO FRESCO TERRAL A GRANDE VELA?
Onde vai a brava locomotiva numa vagarosa e sacolejante viagem pelos trilhos entre os montes da grande e bela serra mineira?

ONDE VAI COMO BRANCA ALCÍONE BUSCANDO O ROCHEDO PÁTRIO NAS SOLIDÕES DO OCEANO?
Onde vai essa lendária estrada de ferro, buscando as alturas, lugares incríveis, cenários inóspitos de matas, pinheiros e flores?

TRÊS ENTES RESPIRAM SOBRE O FRÁGIL LENHO QUE VAI SANGRANDO VELOCE, MAR EM FORA.
Pássaros sobrevoam a robusta máquina que ainda hoje sobe lenta e sem temor a íngreme trilha que sempre lhe pertenceu.

UM JOVEM GUERREIRO CUJA TEZ BRANCA NÃO CORA O SANGUE AMERICANO, UMA CRIANÇA E UM RAFEIRO QUE VIRAM A LUZ NO BERÇO DAS FLORESTAS E BRINCAM IRMÃOS, FILHOS AMBOS DA MESMA TERRA SELVAGEM.
Viajantes diversos, de outros recantos, que cantam e brincam enchendo de vida essa mesma terra, por vezes deserta e parecendo selvagem.

A LUFADA INTERMITENTE TRAZ DA PRAIA UM ECO VIBRANTE, QUE RESSOA ENTRE O MARULHO DAS VAGAS: - IRACEMA !
O lufar intermitente da fumaça, a algazarra dos excursionistas, o apito da locomotiva e a voz que traz a mensagem da caldeira possante:  PASSA QUATRO!  PASSA QUATRO!
Guilherme Köhn


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