TIRA DÚVIDA

          Pergunto-me às vezes, por que escrevo e publico meus textos no Blog (prosas, críticas, poemas, etc.).  Ou melhor, não pergunto, eu respondo.  É porque gosto de escrever e compartilhar.  É porque amo a Língua Portuguesa.  Mas, não sou nenhum sabichão nesta matéria.  Tenho dúvidas como qualquer estudante em formação. 

          No entanto, como dizia o filósofo Aristóteles, muito antes de Cristo: "O ignorante afirma, o sábio duvida, o sensato reflete.  A dúvida é o princípio da sabedoria".  Sendo assim, eu me sinto tranquilo como principiante buscando a sabedoria nos livros, nas gramáticas, no Google e até na Bíblia. 

          "Os sábios acumulam conhecimento, mas a boca do insensato é um convite à ruína."  (Provérbios 10:14).  Esse versículo bíblico, talvez explique o porquê da Educação no Brasil estar longe do nosso ideal de cultura.  Os interesses políticos nos últimos 10 ou 15 anos, trataram de doutrinar os jovens (das Universidades Federais), para uma ideologia voltada para um "socialismo" nefasto e enganador.  Bem, mas isto é outro assunto.  Prefiro neste momento atacar apenas uma dúvida de linguagem através de exemplos fáceis de entender.  Vamos lá...

"MAL" ou "MAU"?  VOCÊ TEM ESTA DÚVIDA?

          Estas duas palavras são comuns em Português, mas não raro, apresentam dúvidas na hora do seu emprego.  São parecidas, mas possuem significados diferentes.  Vamos observar:

Mal  -  é antônimo de bem.

            Falar mal, dançar mal, sentir-se mal, etc. 

Mau  -  é antônimo de bom.

             Homem mau, mau tempo, nada mau, mau gosto, mau caráter, etc.

Mal  -  também é substantivo, e como tal, quer dizer "aquilo que é nocivo, prejudicial", ou então,

            "doença", "epidemia".  Exemplos:

            Essa comida me fez mal;  Hoje estou mal;  escrever mal;  mal educada;  mal organizado;

            mal súbito, etc.

Mau  -  se refere a uma característica de algo que não é bom.  Exemplos:

• Não aguento mais o seu mau humor;
• Comprei um celular, mas ele veio com mau funcionamento;
• Fulano é um mau funcionário;
• Os maus exemplos não devem ser seguidos;

Má  -  feminino de mau;  usa-se antes ou depois de substantivo;  mal se usa nos demais casos.

           Exemplos:

• A maioria das estradas brasileiras têm má conservação:
• A maioria das estradas brasileiras está malconservada;
• Grande parte dos locutores brasileiros recebe má remuneração;  muitos ainda têm má dicção;
• Grande parte dos locutores brasileiros mal conhece a nossa língua, pronunciando muito mal as palavras.
• Má-vontade, má-fé, etc.

OBSERVAÇÕES:  Adjetivo, é a palavra que expressa uma qualidade ou característica, e se encaixa em um substantivo, acrescentando-lhe um atributo.  Note que "malconservada" é um adjetivo, e se escreve numa só palavra, como por exemplo: maltratado, malcriado, malcomportado, malfeito, malsucedido, malpassado, etc.

Se a palavra posposta a "mal",  começar por "vogal"  ou por "h",  nesse caso, teremos duas palavras: mal-acabado;  mal-acostumado; mal-educado; mal-humorado; mal-encarado; mal-informado, etc.

Vejamos agora, algumas frases com emprego de mau e mal:

• Não me leve a mal, mas você está sendo muito mal pago aqui;
• Fulana passou muito mal ontem à noite;
• Um mau profissional só pode ganhar mal;
• Um mau advogado geralmente fala mal, conduz mal seus trabalhos;
• Um homem mau só pode se dar mal na vida;
• O negócio vai mal porque nesta cidade tudo é mau;
• Quando se dorme mal, passa-se mal o dia todo;
• Um mau advogado geralmente fala mal e escreve mal, conduzindo seus clientes a um mau resultado;
• Felipe é um sujeito mau e não gosta que falem mal dele;

          Vou contar agora, um caso narrado por um professor de Português, Luiz Antônio Sacconi, em um de seus livros:

          ... Certa vez, a revista Veja publicou um artigo na seção Ponto de Vista, com este singular título:  "O mau das pesquisas".  Ante a enorme grita dos assinantes mais esclarecidos, que não eram poucos, a redação da revista resolveu consultar um professor de Língua Portuguesa, sabe-se lá onde.  O referido professor abalizou o emprego desse "mau", justificando os honorários que percebeu (naturalmente), usando para tal justificativa, cinco ou seis laudas!

"É certo que se pode perfeitamente defender esse mau tomando-o por lado mau (= O lado mau das pesquisas)"  -  Mas é ainda mais certo que a intenção do jornalista da Veja, ao elaborar aquele título, NÃO ERA exatamente essa. 

          Por quê?  Porque é tão difícil encontrar alguém abalizado na língua que use esse mau tão maroto, que a dúvida se torna, aí, uma certeza:  alguém, professor de Língua Portuguesa, socorreu o jornalista na hora certa, contornando a situação.  (Como se diz no popular:  justificou sim, mas não colou...)

          Mesmo porque, os jornalistas da revista Veja têm revelado ultimamente que a sua bússola não está direcionada para o Norte;  inventam o verbo "sobressair-se", quanto só existe sobressair; escrevem "manda-chuva", em vez de mandachuva;  usam "um agravante", em vez de uma agravante, e muito mais;  basta folhear essa revista.  A melhor revista do País não poderia esbanjar o pior português do País. 

FINALIZANDO:

          Não é somente a mencionada revista que está mal.  As Universidades públicas nos últimos tempos, vêm sendo massacradas por uma ideologia esquerdista que enaltece o "socialismo" e tripudia o capitalismo.  Com isso a cultura e o ensino vai de mal a pior nesta nossa Pátria Amada Brasil.  Vejam as imagens e os vídeos que falam por si:

          

NOSSO EGO

          Todos nós temos o nosso ego.  Às vezes, nem o percebemos, pois é quase natural em nossas atitudes.  Ego, é o "eu de cada um".  Não vou me aprofundar no assunto, mas acho que o ego nem sempre pode ser visto como um problema.  Às vezes, precisamos satisfazer o nosso ego, principalmente se for para o nosso bem estar íntegro, mas há casos em que o ego tem uma péssima reputação. 

          Quando alguém demonstra ser maior que todos, ou "dono da verdade", isso pode ser entendido como uma imbecilidade, e dizemos que o indivíduo é egoísta.  Temos que cuidar de nossos próprios atos, não desejar que os outros vivam como nós queremos, enfim, esse assunto é eventualmente complicado.  Não sou capaz de discutir caso a caso.  Vou contar uma estória.

          Uma filosofia budista, ensina que o Ego nos mantém separados do mundo em que vivemos, e nos traz sofrimento, insatisfação e até depressão.  Nada melhor que uma estória de um monge e seu discípulo para entender um pouco mais sobre esse conceito. 

          ... Certa vez, um jovem ingressou como postulante em uma comunidade budista num antigo mosteiro do Tibete.  Esse jovem pretendia se transformar em um verdadeiro monge tibetano.  Já fazia algum tempo que ele estava ali, sempre praticando a meditação, e lendo os ensinamentos de Buda. 

          Um belo dia, esse jovem achando-se pronto, perguntou ao seu mestre, quando seria a sua tão esperada "ordenação".  Respondeu-lhe o mestre:  "Você ainda não está pronto para esta cerimônia, você precisa ser mais humilde e dominar o seu EGO".  O jovem postulante não entendeu muito bem a questão do EGO.  O mestre percebeu a sua indignação, e pensou num meio de faze-lo entender na prática.  Assim, num certo dia, esse mestre se dirigiu ao grupo de jovens do mosteiro, e disse: "Hoje, quem meditar melhor vai ganhar um sorvete de chocolate". 

          Um alvoroço de contentamento se formou, e aquele jovem e pretensioso discípulo se adiantou e se posicionou logo na frente do mestre.  O jovem meditou praticando os exercícios de respiração, mas só pensava no tal sorvete de chocolate:  "Preciso ganhar esse sorvete"... pensava incessantemente o jovem.  "Preciso mostrar a esse mestre que já estou pronto;  preciso ganhar esse sorvete..."

          Ao final da sessão, o mestre fez um elogio a todos os jovens pela prática da meditação, mas explicou-lhes o seguinte:  - que todos haviam feito bem a tarefa, menos um, que havia pensado demais no sorvete, que representava o "futuro".  Então, esse jovem ambicioso logo admitiu ter sido ele, e disse ao seu mestre:

          "Mestre, eu realmente pensei no sorvete.  Mas como o respeitoso mestre pode saber que eu pensei demais?"  - O mestre respondeu:  "Não tenho como saber, mas percebi logo sua atitude diante dos seus colegas, posicionando-se logo na frente, e disposto a ganhar de qualquer maneira.  É assim, querido discípulo, que o EGO se comporta:  quer ser sempre o primeiro, e ser superior aos outros."

          Naquele dia, o jovem postulante compreendeu que ainda tinha um longo caminho a percorrer.  E decidiu trabalhar bastante a sua humildade e os impulsos do EGO.  Procurou viver mais o presente, e não querer ser superior aos colegas.  Entendeu também a não se identificar com suas conquistas. 

          Com muito trabalho e paciência, finalmente chegou o grande dia.  O mestre bateu na porta do quarto daquele jovem, e lhe disse que chegara o grande dia!  Que agora sim, estava preparado.  Chegara o dia tão esperado.  Mas, quando o jovem chegou no templo, onde seria a cerimônia, não encontrou ninguém, apenas uma pequena mesinha e sobre ela, um sorvete de chocolate.  O jovem, humildemente agradecido, pôde saborear o sorvete.  No dia seguinte foi ordenado.  A humildade tem o seu prêmio.