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UM POUCO DE PROSA


Valter Köhn

          Hoje, resolvi me dedicar a uma prosa meditativa.  Conta a história, que Sidarta Gautama (O Buda), fazia muito isso, ou seja, gostava de ficar meditando sobre a vida, até que um dia, alcançou a iluminação (clareza súbita da mente).  É muito interessante a sua história, mas não é sobre o Buda que eu quero falar, e sim, da nossa vida terrena, misteriosa, enigmática.


          Nós habitamos a Terra.  Tudo parece muito normal.  Mas a nossa Terra é viva, e tem uma energia que só os sensitivos podem perceber.  Reparem:  como não sentir a magia e os mistérios de uma floresta, como por exemplo, a floresta amazônica, com suas árvores gigantescas, os animais selvagens, o canto misterioso das aves que nela habitam?  Será que toda essa exuberância nos parece absolutamente normal?  Trivial?  Eu particularmente vejo aí, a "poesia" da criação falando mais alto.

          Como deixar de sentir aquele êxtase, da imensidão das águas que adentram a floresta, servindo de estrada aquática aos nativos com suas canoas, ou as águas que medem força no encontro com o oceano?  E que dizer do nosso temor se tivermos que adentrar uma floresta virgem?  Como não ficar boquiaberto, ou sentir-se pequeno demais, ante a majestade da criação?

          Essa verdadeira magia, faz com que os homens mais corajosos, sejam tomados por um espírito de xamã (feiticeiro ou bruxo), para enfrentar com destemor, essa força maior da criação.  Eles procuram sintonizar-se com as energias do Universo, presentes na mãe Terra, que pulsa como se fosse o coração do próprio Deus presente.  

          Esses corajosos e destemidos, são os nativos (indígenas), ou os bravos exploradores como foram os antigos bandeirantes, desbravadores do sertão brasileiro, encorajados e designados por essa força maior (Deus).  Muitas florestas perderam sua presença e a sua força poética entre nós, mas a energia continua atuante nas estrelas, no pôr do sol, na escuridão da noite, nas estações climáticas dos hemisférios, e ainda, nos movimentos precisos dos planetas, do satélite lunar, enfim, muitos fenômenos que sempre estiveram vivos desde a criação, desafiando a nossa mente ou a nossa curiosidade. 

          Lamentavelmente, contrapondo-se a essas maravilhas, existem também seres humanos que são cegos, surdos e mudos, apesar de possuírem os sentidos plenamente saudáveis.  Parece-nos que essas pessoas são vítimas de uma intervenção psicocirúrgica no cérebro, que retirou total ou parcialmente seus neurônios cerebrais.  Esses indivíduos sofrem um doloroso vazio existencial.  Falta-lhes um horizonte cultural e espiritual.  Não têm sensibilidade para enxergar, e nem para sentir o pulsar da mãe Natureza.  Vivem a poder de "supostos" antidepressivos difíceis de entender (vivem de banalidades).

          É preciso saber viver, ter mente aberta, valorizando a nossa espiritualidade em comunhão com Deus, para que possamos viver com entusiasmo e sabedoria neste poético mundo denso da vida humana. 
Floresta

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